Sonho de Cinema

Apesar de hoje não me sentir nada bem, quero fazer uma dedicatória para uma pessoa (não sei se ela virá ao blog ver) que me marcou durante estes dias e, infelizmente, tomou uma decisão contrária ao que eu mais desejava. Esta musica representa um dos momentos mais belos do que passamos (em minha opinião) que tem agora mais significado que antes.

Desde o filme "The Ring" que não ia ao cinema ver um filme de terror, pois bem, hoje fui visionar este filme que tem uma particularidade muito interessante. Trata-se de um remake americano de um filme japonês, com a curiosidade de ser realizado pelo mesmo do original, Takashi Shimizu, ao que parece tem passado a sua vida a realizar sempre o mesmo filme, já que no Japão o original (Ju-on) vai na terceira sequela.

O filme tem semelhanças com a saga "The Ring", nomeadamente com o ambiente opressivo, o terror subliminar e de carácter sobrenatural e a entidade assassina (digamos assim, mas poderá ler-se espirito) com longos cabelos negros a taparem a face (será alguma tara japonesa? Abro aqui a discussão deste tema).

Em termos de actores temos a actriz de uma das melhores séries da Tv americana, Sarah Michelle Gellar, conhecida por "Buffy - The Vampire Slayer" (série que recomendo vivamente e para quem tem Tv Cabo basta sintonizar a Sic Radical Sextas à noite ou ver o compacto ao Sábado de tarde) que tem uma interpretação digna e bastante contida (comparar com as "divas" dos filmes de terror de Wes Craven onde conta mais os gritos que a forma de interpretar) e o sempre excelente actor secundário Bill Pulman (que entrou no maravilhoso e labiríntico "Estrada Perdida" do mestre David Lynch).

A história gira em volta de uma casa assombrada e de um crime antigo que origina vingança sobre todos aqueles que nela vivam ou a visitem. Em termos cinéfilos é um filme para passar o tempo e de vez em quando está bem conseguido, no entanto, há muitos anos que não vejo um filme de terror que realmente consiga surpreender e assustar. Acho que o filme é demasiado explícito em termos do que aconteceu e isso deve-se ao mercado americano, onde não pode ficar ponta sem nó, a não ser que se pense em sequela e ela ai virá...

Se procuram emoções fortes este não será o filme mais indicado, mas se gostam de filmes com ambiente e onde o terror nem sempre é mostrado, arrisquem e não se sentirão arrependidos.

Carpe Diem.

Nem só de cinema ou BD eu vivo, quero partilhar com quem lê o meu blog uma das musicas que neste momento ando a ouvir, espero que gostem:

E aí, o amor pode acontecer, de novo pra você, Palpite.

Musica - "Palpite" de Vanessa Rangel

Carpe Diem

Antes de iniciar este texto quero fazer aqui um "mea culpa" porque nas minhas apostas aos Óscares acreditava que "O Aviador" e consequentemente Martin Scorcese mereceriam vencer mas, após ter visto este filme, estou rendido... eis a obra prima de 2004!!! Honestamente, gostaria muito que Scorcese ganhasse o Óscar de Melhor Realizador, pelo cômputo da carreira, mas terei infinitamente mais gozo se o mesmo for atribuído a Clint Eastwood (porque não também o Óscar de Melhor Actor?).

O filme retrata a luta de uma mulher (fabulosa Hillary Swank) pelo seu sonho, lutar boxe, independentemente da sua vida recheada de pobreza e falta de afecto. Para isso tenta convencer um treinador de boxe veterano (um papel excelente de Clint Eastwood que já não protagonizava um filme seu desde "Dívida de Sangue"). O boxe nunca foi dos meus desportos favoritos (será que se pode considerar um desporto?), no entanto, este filme é muito mais que isso... é uma história de amor, amizade, companheirismo e vontade de vencer.

Clint Eastwood filma de forma clássica, com grandes planos sobre os actores e é um prazer ver todos aqueles sinais que um rosto dá sem que seja preciso dizer algo, bem como os tons escuros, as sombras. Apesar disso, o filme tem diálogos deliciosos, nomeadamente, entre a personagem do Eastwood e o empregado/amigo que cuida do seu ginásio (o sempre excelente Morgan Freeman).

Para quem gosta de surpresas, este filme tem um "twist" nos últimos momentos que cria uma 2ª parte completamente diferente, podendo vir a gerar alguma controvérsia pelo assunto que foca, no entanto, é um momento belo/trágico e completamente enquadrado na situação apresentada. Não vou revelar aqui o que acontece, no entanto, devo dizer que o momento é demasiado emocionante para colocar em palavras, vejam-no e deixem que o vosso coração vos guie.

Espero que a Academia de Hollywood não seja demasiado conservadora e premeie este filme, pelo menos com 2 Óscares (Filme e Realizador), porque dá prazer assistir a uma obra prima todos os anos vindo desse grande senhor chamado Clint Eastwood (será que Woody Allen não deveria aprender com ele?).

Lutem pelos vossos sonhos, independentemente das dificuldades da Vida, porque compensa sempre ouvir os outros "gritarem" o nosso nome ou dizerem o que fizemos. Eu quero ser recordado por ter sido uma dessas pessoas e ficar a pensar nesses "gritos" e "vozes", vou fazer como Meggie e lutar por concretizar os meus sonhos.

Carpe Diem

Aqui está um dos sérios candidatos a vencedor na cerimónia dos Óscares do próximo dia 27, trata-se do filme baseado na vida do cantor soul Ray Charles, que esta madrugada ganhou, a título póstumo, vários Grammys pelo seu ultimo album.

A vida do cantor é exposta de forma sincera e em formato, digamos, bíblico pois temos a ascenção da estrela (os primeiros anos), a sua queda (com o abuso de heroina) e redenção final (o sacrificio para deixar a droga por amor à familia). O filme está recheado de momentos musicais sublimes e todas as suas musicas mais conhecidas estão representadas, como a mítica "Georgia on my Mind" (musica que é o hino do estado da Georgia).

A forma como Ray Charles compunha, a sua garra, a sua inteligência, o seu amor à musica e à descoberta de uma nova forma de cantar (mistura de gospel, blues e country) são interpretadas, de forma sublime, pelo actor Jamie Foxx (dêm-lhe já um Óscar!!!). Ele compõe o cantor de forma milimétrica, todos os tiques estão lá (muitos deles derivados da dependência de cocaína), a garra e a forma de tocar o piano. Uma curiosidade: o actor apenas não canta no filme, de resto é ele que faz tudo (apesar de saber cantar e tendo actuado em dueto com a Alicia Keys na cerimonia dos Grammys numa homenagem ao Ray Charles).

Do filme tenho, essencialmente, a reter 2 momentos, toda a sequência em que a mãe apreende que o miudo consegue ouvir mais que os outros (uma sequência de uma beleza estonteante) e quando o cantor se prepara para actuar na Georgia para racistas e recusa fazê-lo (foi dos primeiros artistas negros a tomar essa atitude que muito fez evoluir os direitos humanos nos EUA).

Trata-se de um filme fiel aos acontecimentos (demorou 15 anos a fazer e teve sempre a suprevisão do Ray Charles que escolheu, inclusivamente, o Jamie Foxx para o interpretar) e que, ao contrario de muitos "biopics", mostra o lado menos bom de uma estrela (adultério e drogas).

No fundo, aconselho vivamente o visionamento deste filme e, se puderem, adquiram a banda sonora com todas as musicas originais cantadas pelo próprio Ray Charles. De certeza que, ao verem o filme, não irão resistir a bater com o pé no chão para acompanhar o swing da musica.

Carpe Diem

Aproveitando a tarde de Carnaval fui, juntamente com a minha familia, assistir a este filme comovente e tocante acerca dos bombeiros, esses homens e mulheres que arriscam a sua própria vida combatendo o fogo e ajudando outras pessoas. Em termos cinéfilos, trata-se do típico filme de catástofre com personagens esquemáticas (o chefe compreensivo, a mulher que fica em casa aflita, o bom companheiro, o ingénuo bombeiro, o duro...), onde o fogo tem o principal papel.

Na génese deste filme esteve a homenagem aos bombeiros que heroicamente salvaram milhares de pessoas durante os atentados do 11 de Setembro nos EUA, sendo essa uma das razões para que as personagens retratadas apenas tenham boas intenções ou lados bons... todas as cenas de incêndios contaram com chamas verdadeiras e são mesmo as mais impressionantes do filme.

A história retrata a entrada de um jovem aspirante a bombeiro (o sempre excelente Joaquim Phoenix), com o objectivo de salvar pessoas. Ao longo do filme acompanhamos o seu desenvolvimento (enquanto bombeiro e pessoa), o seu relacionamento com o chefe (John Travolta, num papel de um controle absoluto) , com os seus companheiros na brigada (nos EUA chama-se "ladder", que também significa escada) e a sua mulher (a actriz Jacinda Barrett).

Em minha opinião trata-se de um filme interessante, um excelente entertenimento e uma forma de demonstrar que existem pessoas que se preocupam com outras e que fazem disso o seu modo de vida. Principalmente nos tempos que correm, saber que existem homens e mulheres que entram em casas a arder quando todos os outros tentam fugir, "apenas" para salvar outras pessoas é, no minimo, reconfortante e impressivo.

Um filme simples, com bons interpretes e um final surpreendente, mas de acordo com o seu ideal subjacente.

Carpe Diem

Um blog sobre cinema não poderia deixar passar em branco o filme que o autor considera o melhor de sempre, esse tem apenas um nome: "Casablanca". O que poderei dizer mais acerca dele? Um par de eleição (Humphrey Bogart e Ingrid Bergman), uma história de amor "bigger than life", uma musica inesquecível ("As Time Goes By") e frases que ficam para sempre no imaginário de quem o vê.

A história? Um homem desiludido com a vida devido ao amor por uma mulher que o abandonou, refugia-se em Casablanca e abre um café (Rick´s Caffe) onde todas as noites se joga e se trocam lugares para Lisboa como forma de chegar aos EUA. O dono do café (Rick - Humphrey Bogart) nunca imagina que a sua paixão de sempre irá um dia entrar (Ilsa - Ingrid Bergman), no Ricks Caffé, por estar casada com um dos mais importantes membros da resistência (Victor Lazlo - Paul Henreid). A tomar conta da cidade temos o mais fleumático dos polícias, um irresistivel Captain Renault (Claude Rains) que recebe a visita do insidioso Major Strasser (Conrad Veidt), com o objectivo de capturar Victor Lazlo e impedir a sua fuga.

O resto é... uma história de amor mal resolvida, um sacrificio por amor e o inicio de uma bela amizade. Um filme que tinha tudo para dar mal (argumento a ser alterado todos os dias, o par romantico que na vida real não se suportava...), mas no final tornou-se um dos melhores de sempre e para mim representa o que o cinema deve ser: sonho, romance, aventura e actores em estado de graça.

O argumento tem frases que ficam na nossa memória e nunca mais saem:

- "What is your nationality? I´m a drunkard. That makes Rick a citizen of the world"

Normalmente não costumo ir ver filmes no dia de estreia, a não ser que os mesmos me criem muita expectativa e eu confesso que, em relação a este, não era muita. Adoro o Scorcese e quanto a mim é dos maiores realizadores do Mundo, mas o Leonardo DiCaprio e o argumento não me aliciavam minimamente.

No entanto, fiquei surpreendido, não pela forma de filmar de Scorcese (ninguem filma como ele)mas porque se trata do habitual filme dele (sem os inevitáveis gangsters e vai dai ainda se poderá estabelecer alguma semelhança com os magnatas de Hollywood ou os poderosos da aviação), onde se retrata a ascenção e quase queda de um homem pelo seu Sonho.

O filme é uma delícia para quem ama o cinema, porque passa nele toda a glória da época dourada de Hollywood, com estrelas a interpretarem outras estrelas como Errol Flynn (Jude Law), Ava Gardner (uma sensualíssima Kate Beckinsale) , Cole Porter, o magnata Louis B. Mayer, o poderoso dono da Panam (com uma interpretação estupenda do Alec Baldwin, será que o peso que ele apresenta agora terá influência na interpretação?) e, para mim, a cereja no topo do bolo... uma magnífica Audrey Hepburn (Cate Blanchett).

A relação Howard Hughes/Audrey Hepburn está muito bem trabalhada e demonstra a loucura daquela época em que o glamour e a fama andavam de mãos dadas com a excentricidade. A interpretação da Cate Blanchett merece o Óscar (eu sei que não apostei nela, mas é um facto) porque se transfigura na Audrey de forma surpreendente e não nos devemos esquecer que naquela altura esta actriz era mal vista (fez uma das personagens mais marcantes do cinema americano no filme "Breakfast at Tiffany´s" e viveu um romance de uma Vida com o seu amor de sempre, Spencer Tracy).

Continuo a achar que o Leonardo DiCaprio não convence, mantém aquela cara de miudo e é dificil considerá-lo como adulto, no entanto, tem o papel da vida dele e cumpre. Vão ver este filme e tomem bem atenção a 2 sequências magistrais, Howard Hughes na casa de banho verde e toda a sequência da audiência ao Comité de investigação (aqui podemos encontrar ecos da violência e da força com que Scorcese filma sempre os seus gangsters).

No fundo, adorei o filme e recomendo vivamente, trata-se de um filme onde o Sonho de um homem pela aviação supera as suas fobias e a sua loucura e o leva a criar um avião que ainda hoje sobrevoa os nossos céus: o Hércules.

Antes de terminar, apenas um apontamento, será tremendamente injusto se este não for o ano Scorcese, por incrivel que pareça (sendo ele considerado nos EUA "o maior realizador vivo") nunca ganhou um Óscar e se podia tê-lo feito com vários filmes (Taxi Driver, Touro Enraivecido, Tudo Bons Rapazes, Casino...) pelo menos que este seja um acumular destas maravilhas e atenção que este mês sairá um pack em DVD com 5 filmes dele, a não perder!!!

Carpe Diem

Um blog de cinema que se preze tem as suas previsões para o maior evento cinematográfico deste mês, os Óscares!!! Pois bem, aqui deixo as minhas para as categorias mais importantes e no próximo dia 27 farei a comparação... veremos se tenho faro para estas coisas :)

As minhas apostas aparecem em azul de seguida:

Melhor Filme:
· THE AVIATOR
· FINDING NEVERLAND
· MILLION DOLLAR BABY
· RAY
· SIDEWAYS
Melhor Realizador:
· THE AVIATOR
· MILLION DOLLAR BABY
· RAY
· SIDEWAYS
· VERA DRAKE
Melhor Actor Principal:
· Don Cheadle - HOTEL RWANDA
· Johnny Depp - FINDING NEVERLAND
· Leonardo DiCaprio - THE AVIATOR
· Clint Eastwood - MILLION DOLLAR BABY
· Jamie Foxx - RAY
Melhor Actor Secundário:
· Alan Alda - THE AVIATOR
· Thomas Haden Church - SIDEWAYS
· Jamie Foxx - COLLATERAL
· Morgan Freeman - MILLION DOLLAR BABY
· Clive Owen - CLOSER
Melhor Actriz Principal:
· Annette Bening - BEING JULIA
· Catalina Sandino Moreno - MARIA FULL OF GRACE
· Imelda Staunton - VERA DRAKE
· Hilary Swank - MILLION DOLLAR BABY
· Kate Winslet - ETERNAL SUNSHINE OF THE SPOTLESS MIND
Melhor Actriz Secundária:
· Cate Blanchett - THE AVIATOR
· Laura Linney - KINSEY
· Virginia Madsen - SIDEWAYS
· Sophie Okonedo - HOTEL RWANDA
· Natalie Portman - CLOSER
Melhor Argumento Original:
· THE AVIATOR
· ETERNAL SUNSHINE OF THE SPOTLESS MIND
· HOTEL RWANDA
· THE INCREDIBLES
· VERA DRAKE
Melhor Argumento Adaptado:
· BEFORE SUNSET
· FINDING NEVERLAND
· MILLION DOLLAR BABY
· THE MOTORCYCLE DIARIES
· SIDEWAYS
Melhor Filme Estrangeiro:
· AS IT IS IN HEAVEN
· THE CHORUS
· DOWNFALL
· THE SEA INSIDE
· YESTERDAY
Melhor Filme Animado:
· THE INCREDIBLES
· SHARK TALE
· SHREK 2