março 24, 2007

Renascimento e Morte

A primeira vez que ouvi falar deste filme fiquei com expectativas muito elevadas, dado que se trata do novo trabalho de Darren Aronofsky, o qual tive o prazer de descobrir através de um dos filmes mais excitantes e originais dos últimos tempos, de seu nome "A Vida Não é Um Sonho" (directamente para video/dvd em Portugal).
A sua nova incursão no cinema fala de um tema tabu na sociedade, a Morte. Acompanhamos o desenrolar da vida de um casal composto por Tom (Hugh Jackman) e Izzi Creo (Rachel Weisz), estando esta em estado terminal devido a um tumor e ele é um médico/conquistador que procura, através da pesquisa em macacos, obter a cura e consequente regressão da doença. Durante o período da doença, Izzi escreve um livro chamado "The Fountain" onde retrata a procura da Árvore da Vida por um conquistador espanhol de modo a tornar a sua Rainha imortal.
Existe ainda uma terceira história, situada no futuro, acerca da viagem de um homem e de uma arvore em busca da estrela venerada pelos Maias e que estes consideravam conter a alma dos mortos.
Pode parecer um filme estranho descrito desta forma, no entanto, é uma belissima viagem ao fundo do ser humano com uma poesia e sensibilidade extrema, tocando em temas como o amor, a morte, as escolhas da Vida e sobretudo a nossa fragilidade. É um filme visual e com uma banda sonora genial da responsabilidade dos Kronos Quartet e os Mogwai.
Tom, na sua obsessão para encontrar a cura para a esposa, não consegue ver os momentos que ainda tem para segurar a sua mulher e sentir o presente. O olhar de Izzi demonstra a sua força, a sua esperança, o desejo e acima de tudo o reconhecimento de que devemos viver o presente sem estarmos dependentes do passado e sem imaginar o futuro. Uma das sequências mais belas deste filme surge quando Tom está a dar banho a Izzi e tudo termina de uma forma visceral e necessária de quem quer sentir-se vivo.
A mensagem contida no filme não implica uma religião, salienta antes a ideia de que a Morte é uma forma de renascimento que poderá tomar a sua forma na Natureza ou no coração das pessoas que amamos.
Trata-se de um filme que não tem meio termo, ou se ama ou se odeia, eu estou no primeiro caso podendo salientar momentos (e muitos mais poderia dizer) que vos aliciem para arriscar:
- A ligação entre as 3 histórias;
- O olhar suplicante e apaixonado de Rachel Weisz quando sente que o Mundo lhe foge dos pés e não quer ficar sozinha;
- A interpretação assombrosa de Hugh Jackman num homem obsessivo e tremendamente apaixonado, descurando o presente em detrimento do futuro;
- Os beijos no pescoço e os pelos (quem vir o filme entende);
- O toque numa arvore;
- A musica do filme aliada às imagens inovadoras e arriscadas de Darren Aronofsky.
Acredito que haja quem o considere estranho, caótico, recheado de tretas "new age" mas, no fundo e em minha opinião, é poesia em movimento, é uma ode ao Amor com um optimismo desenfreado, onde ficção e realidade se fundem para apresentar um amor "bigger than life".
Arrisquem, vão ao Corte Inglês (unica sala em Lisboa que exibe o filme) e deixem-se deslumbrar por este filme, sem preconceitos e com o coração aberto ao amor.
Carpe Diem.

Amor 80´s

Existem momentos na Vida em que apetece desanuviar e para isso nada melhor que um filme leve. Apesar de não ser apreciador de Hugh Grant (considero que está sempre a interpretar os mesmos papeis) resolvi arriscar e espreitar o seu mais recente trabalho, "Musica e Letra".

O inicio é prometedor com um pretenso videoclip da banda Pop, baseada na estética dos anos 80 e na esteira dos Wham!, onde ficamos a conhecer o protagonista Alex Fletcher (Hugh Grant). A acção avança e retomamos o contacto com Alex quando este é um "has been", idolo caido em desgraça e que vive/sobrevive do passado (actuando em feiras de diversões, casamentos e reuniões de amigos), surgindo-lhe a oportunidade de revitalizar a carreira, através da criação de uma musica a ser interpretada com a nova coqueluche do momento, Cora Corman (uma crítica a Madonna, com estética budista).

O problema é que Alex, nos Pop, foi o compositor e não sabe escrever letras, para isso vai encontrar a inspiração em Sophie (Drew Barrymore) que entra na sua vida como regadora de plantas. A entrada de Sophie em cena preconiza o "boy meets girl", destacando-o em detrimento da queda de uma estrela ou da critica ao mundo da musica.
No genero de comédia romântica está uns furos acima do habitual e, por surpreendente que possa parecer, Hugh Grant e Drew Barrymore sabem cantar, sendo a cena de dueto entre os 2 (com uma musica inspirada) das mais bonitas e apaixonadas do filme.
Divertimento descomplexado e romantismo q.b. para quem gosta de cinema como fonte de escapismo ou relaxamento/intervalo entre filmes mais pesados.
Carpe Diem.
PS: Vi a apresentação de 2 filmes, com estreia prevista para 5 de Abril, que me deixaram praticamente a salivar: o mais recente de David Lynch "INLAND EMPIRE" (assim mesmo em letras grandes e estreia exclusiva no Monumental) e a mais recente adaptação de uma BD de Frank Miller (o mesmo de Sin City) de seu nome "300"... estas 2 semanas vão custar muito a passar...

março 19, 2007

O Escape da Magia


março 15, 2007

Divertimento Inconsequente

As adaptações de BD continuam de vento em popa e, desta feita, foi a personagem Ghost Rider (Motoqueiro Fantasma em Portugal e Brasil) da Marvel a chegar ao grande ecran.

Trata-se da história de Johnny Blaze (Nicolas Cage), um performer do salto de motas americano que, para salvar a vida do pai, faz um acordo com Mephisto/Diabo (Peter Fonda). Sem que Johnny saiba, o acordo irá transformá-lo no seu cavaleiro, o Ghost Rider, com a sua transformação em craveira flamejante (com direito a moto adaptada) sempre que a Lua se põe no horizonte.
Pode-se dizer que é daqueles filmes tão maus que chegam ser bons e um autêntico "guilty pleasure", entre um Sin City (expoente máximo juntamente com Homem Aranha) e um Punisher (juntamente com Demolidor, mau demais para ser verdade).
O resultado obtido resulta da dedicação de Nicolas Cage à personagem (fã convicto da BD original), da interpretação de Peter Fonda num vilão em estado narcoléptico e, sobretudo, os efeitos especiais que conseguem tornar crediveis a mota e a fisionomia do personagem. O unico senão do filme reside na interpretação (??) de Eva Mendes na namorada do Motoqueiro Fantasma, demasiado apagada e apenas a mostrar ser detentora de um excelente fisico.
Um filme divertido para fãs, e não só, que abre a temporada de adptações cinematográficas de BD que se avizinha, com filmes como "300" (Zack Snyder/Frank Miller), "Homem Aranha 3" (Sam Raimi), "Quarteto Fantástico 2" (Tim Story) e "Tartarugas Ninja" (Kevin Munroe).
Carpe Diem.

março 13, 2007

Redenção ou Segunda Oportunidade?


Uma Obra Prima Absoluta


Um Actor Genial


Crise de Crescimento


O Regresso de um Puro