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Um "hype" de desilusão


O Codigo Da Vinci Posted by Picasa

Antes de falar do filme devo referir que li o livro de Dan Brown e, independentemente de acreditar ou não nas suas teorias, gostei da forma como a história é contada e o vicio que o mesmo incute, fazendo com que passemos as folhas de forma frenética numa narrativa cinematográfica. Alguns de vós podem considerar que se trata de literatura de aeroporto, no entanto, não se pode negar o facto de se tratar de um "page turner" compulsivo com capitulos curtos e acção a rodos.
A história prestava-se a uma adaptação cinematográfica, apesar das suas 544 páginas fazerem prever muitos cortes ou a necessária condensação de trechos do livro, a partir do momento em que se tornou um "best - seller" era uma questão de meses para que o filme surgisse... a partir do momento em que anunciaram o realizador (Ron Howard) a desilusão apossou-se de mim.
Para quem leu o livro imagina o filme como sendo um misto de Indiana Jones com tema religioso, uma busca incessante de enigma em enigma até decifrar a descoberta do Graal, mas o produto final anda muito longe disso... parece um filme sob encomenda, com um argumento fiel ao livro, sem chama, com uma realização tarefeira (aqueles flashbacks históricos parecem de um filme série B xaroposos, com direito a brilho e tudo!!), uma dupla de protagonistas (Tom Hanks e Audrey Tautou) que não demonstra quimica e um ritmo incostante.
A história deve ser conhecida de muitos, no entanto, aqui vai um resumo: um professor de simbologia americano (Robert Langdon) é chamado ao Museu do Louvre, após dar uma conferência em Paris, na noite em que o responsável do museu é assasinado, deixando um rasto de simbolos e pistas por decifrar. No museu, Langdon conhece a neta do curador (Sophie Neveu) que irá tornar-se na sua companheira de aventuras em busca do Graal, com Templários, Priorado de Sião e Opus Dei por detrás de uma história que poderá mudar a face da Igreja para sempre.
Como já referi antes, a realização do filme carece de imaginação, limita-se a descrever o que se passa e em muitas situações torna-se demasiado descritiva (compare-se o final do livro e o do filme e só faltam as setas luminosas em neon neste último para completar a cena)... existem "flashbacks" importantes, como o do passado dos protagonistas e há uma forma inteligente de ultrapassar o facto de não terem sido autorizados a filmar dentro da Abadia de Westminster, mas é muito pouco em 149 minutos de filme. O filme que não seria nas mãos de outro realizador e compare-se a força do "Mary" de Ferrara com este filme de Howard...
Quanto ao elenco, existem erros de casting, nomeadamente nos protagonistas... Tom Hanks aparece em piloto automático e com um cabelo que não convence (para quem leu este livro e "Anjos e Demónios", sabe que Langdon é uma personagem forte e charmosa) e Audrey Tautou é demasiado frágil para toda a força da sua personagem. Além do mais, e ao contrário do livro, não existe quimica entre as 2 personagens, sendo abraço final das cenas mais penosas do filme. Não existe emoção, a fuga e a descoberta dos mistérios acontece de forma maquinal e sobrepõe-se a momentos de grandes diálogos, tornando-o demasiado inconstante e aborrecido.
Nem tudo é mau no casting, tenho de destacar a personagem de Ian McKellen (Sir Leigh Teabing - um historiador inglês obcecado pelo Graal) que só por si merece o bilhete de cinema, o Silas de Paul Bettany (merecia mais desenvolvimento como tem no livro) e o polícia de Jean Reno (a melhor cena do filme pertence a esta personagem quando descobre que foi traido pelo bispo da Opus Dei).
As reacões em Cannes (onde o filme teve ante-estreia mundial) foram arrasadoras com a plateia a rir após a descoberta final, no entanto, parece-me demasiado dado que quem leu o livro entende a trama... o problema é quem não o leu e for ver o filme, acabam por perder muito do que é importante e o gozo de descobrir o que acontece a seguir (coisa que deve ter horrorizado Ron Howard).
Em Cannes e acerca da polémica relação entre Jesus e Maria Madalena que o filme/livro revelam, Ian McKellen foi mordaz ao dizer que finalmente foi ultrapassado uma das teorias que dizia que Jesus era gay (orientação sexual do actor plenamente assumida)... falta emoção, gozo, sentimento neste filme e foi isso que me desiludiu.
Se gostaram do livro podem gostar do filme, mas para quem ainda não o leu é preferivel que o façam antes de verem o filme...
Carpe Diem

Para quem não leu o livro talvez fique surpreendido com o filme, eu posso dizer que gostei muito mais do livro…falta algo no filme…não sei explicar bem talvez emoção, mais acção…também achei que o desempenho dos dois actores principais ficou muito aquém das expectativas, principalmente o do Tom Hanks…detestei o ar dele…nada charmoso com aquele cabelo que lhe fica horrivelmente mal…enfim um filme tão esperado para isto…

Bjs
Cláudia

Também li o livro e de facto o filme fica muito aquem do que se esperava... Se no incio a acção se desenrola muito rapidamente, o fim do filme é lento a mais. Dá vontade de dar um tiro na cabeça de tão chato que é...

Valha-nos o livro!

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