Siza Vieira
Casa de Chá de Leça da Palmeira
Na sequência do texto sobre artes plásticas que tanta polémica gerou, decidi desta vez falar acerca de um arquitecto que, apesar de não ser consensual, as suas obras revelam engenho e dinâmica nas formas e no uso da luz.
Trata-se de Álvaro Siza Vieira, um dos nossos maiores arquitectos que, como sempre acontece quando se trata de individualidades portuguesas (Cristina Branco, Souto Moura, Kátia Guerreiro), é mais afamado no estrangeiro que em Portugal, nascido em Matosinhos. A sua obra tem-se dividido entre estruturas de grande porte (Pavilhão de Portugal, Museu de Serralves, Faculdade de Arquitectura do Porto), obras de cariz singular (Igreja de Santa Maria, Biblioteca da Universidade de Aveiro, Estação de Metro da Baixa-Chiado), reconstituição do Chiado e variadas obras no estrangeiro.
Siza Vieira não se dedica apenas à arquitectura, tendo desenhado peças de design, que fazem furor nos EUA (algumas destas peças podem ser vistas na série "Sexo e a Cidade"). Desenhou igualmente 2 bairros sociais, um em Évora (Bairro da Malagueira) e outro na Holanda (Casas Sociais de Doedijnstraat), demonstrando que a arquitectura de renome pode estar associada a realojamento, ao contrário da ideia feita de que qualquer pedaço de betão serve e quanto mais colorido e descaracterizado melhor...
Em minha opinião trata-se de um arquitecto que cria formas magníficas, onde a luz é o imperativo principal e que tal como outros (Norman Forster, Frank Ghery, Rem Koolhaas) consegue tornar uma cidade mais importante, apenas porque contém um trabalho seu. A foto apresentada em cima foi um trabalho de 1958/1963 em Leça da Palmeira e, quanto a mim, das mais belas que ele fez até ao momento.
No ano de 1988 recebeu o prémio Mies Van Der Rohe (este ano foi atribuído ao arquitecto Rem Koolhaas, mas não pela "sua" Casa da Música). Neste mês iniciou-se a exposição dedicada a ele no Museu de Serralves (Museus e Espaços de 08/04 a 26/06). Até Junho vão a Serralves pela exposição e também pelo Museu que é lindíssimo, bem como os seus jardins. Eu irei lá em meados de Junho e deixarei aqui um texto sobre o que vi e o que achei.
Termino o texto dizendo que não sei qual a ideia final de Siza Vieira para Alcântara, se as torres serão mesmo assim ou se apenas pretende criar discussão, mas defendo que é importante para uma cidade que se quer jovem e renovada optar por arquitectos consagrados que, além de a tornarem mais agradável, poderão trazer um maior afluxo turístico.
Carpe Diem
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Posted by Anónimo | 5:13 da manhã
Sou leiga no assunto e aprecio as obras numa óptica de espectador. Já estive na Casa de Chá de Leça da Palmeira e achei lindo mesmo. Aproveita o espaço como ninguém!
Posted by ROSAXIQUE | 10:15 da tarde
ele, (o autor do post), também é!
...leigo no assunto...
J.T. Sampayo
Posted by Anónimo | 2:37 da manhã