Por Amor a uma Firefly
Tudo começou em 2003, quando Joss Whedon (criador de séries como "Felicity", "Buffy" e "Angel") resolveu criar uma "space opera" no pequeno ecran, de seu nome "Firefly". Infelizmente, não foi bem compreendida pelo estudio que a exibiu, apresentando valores de audiência baixos. Como consequência, deu-se o cancelamento da mesma sem que a temporada tenha encerrado (os 3 ultimos episodios não chegaram a ser exibidos na TV).
O que aconteceu depois foi a loucura... a saida da série completa em DVD (14 episodios) tornou-se um sucesso de culto, que motivou o seu criador para um filme onde pudesse contar e explorar as ideias que tinha para o show. O filme originado pelo amor dos fãs chama-se "Serenity" e, por incrivel que possa parecer, estreou nas nossas salas de cinema muito discretamente...
Assisti ao filme quando estreou sem ter visto a serie e, apesar de me ter divertido imenso com todo o ambiente e personagens, não me envolvi completamente no enredo... felizmente, a Sic Radical veio colmatar a falha, passando a serie o que torna o visionamento do DVD muito mais saboroso.
Não vou aqui descrever o argumento, porque isso tira a emoção ao filme e gostava que o meu texto fosse um incentivo para descobrir algo novo e surpreendente, ao nível dos argumentos televisivos e da ficção cientifica. Trata-se pois da continuação da série, mantendo todos os actores e atando as pontas da serie (o final poderá ser um "até breve" ou um "obrigado"). Para quem conhece a serie estão aqui todos os ingredientes: o humor, a acção, a camaradagem entre as personagens, os dialogos inteligentes envoltos num orçamento reduzido e num ambiente cool.
Existem momentos de pura diversão e loucura podendo mesmo comparar-se com outros filmes do genero... uma sequência do que falo é a fuga da Serenity pelo meio da batalha entre a Aliança e os Reavers que dá muito mais prazer e emoção do que todos os minutos iniciais do filme "Guerras das Estrelas 3".
A conexão entre os actores do filme é perfeita (como já acontecia na serie) e o estilo série B torna-o ainda mais forte pelo lado de gozo e divertimento que impõe. Caso não tenham tido oportunidade de seguir a série e não pretendam adquirir o pack importado da FNAC ou em sites estrangeiros (apenas com legendas em inglês para deficientes auditivos), vejam o filme e deixem-se levar... pode ser que depois vos fique a curiosidade para conhecer as origens daquela mitologia.
Como diz o comandante Malcom Reynolds (Nathan Fillion) no final, a primeira regra para uma boa pilotagem (ou como tudo na Vida) é o amor... parafraseando a personagem "... Podes aprender toda a matemática do Mundo mas, se pegamos numa nave que não amamos, ela sacode-nos, tão certo como o Mundo girar. O amor mantém a nave no ar quando ela devia cair, e diz-te que ela sofre antes de se lamentar...".
Claro que se trata de uma parábola, mas creio que vocês entendem o que esta aqui implicito, façam o favor de serem felizes.
Carpe Diem.