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Surpresa de Verão

As férias permitem descobrir filmes que se deixou passar nas salas de cinema ou descobrir pérolas cinematográficas que, infelizmente, em Portugal passam directamente para DVD. O filme em causa neste texto, pertence à primeira categoria e chama-se "Senhor da Guerra". Trata-se de uma intensa crítica social, no mesmo âmbito de filmes recentes como "O Fiel Jardineiro", "Syriana", "Boa Noite e Boa Sorte". Desta feita o tema é a industria do armamento e o mercado ilegal de armas.
Trata-se da história de Yuri Orlov (um magnifico Nicolas Cage), filho de emigrantes ucranianos residentes nos EUA e donos de um restaurante típico do seu país em Little Odessa (Nova York). Yuri detém elevada ambição, sendo que a gerência de um restaurante não lhe chega e o clima de guerrilha das mafias ucranianas incutir-lhe-á o desejo de negociar armas e, sobretudo, ganhar dinheiro.
O mais curioso do filme reside no facto de seguirmos sempre a perspectiva de Yuri, os seus desejos (a conquista da mulher que sempre desejou), a forma como negoceia (só não negoceia com Bin Laden porque este paga com cheques carecas) e os seus escrúpulos (ou a falta deles). Com o desenrolar do filme surge uma segunda personagem chave, um concorrente no negócio de armas, Simon Weisz (Ian Holm), desta feita um negociador com principios pois só comercializa armamento às facções que lhe interessam.
O ambiente de todo o filme é corrosivo sobre a necessidade de armas (segundo o protagonista as armas matam menos que o tabaco e o alcool), os negócios com os senhores da guerra, as guerrilhas em África e a ironia dos seus nomes, a troca de armas por diamantes, a ironia quando aponta os EUA como o maior exportador de armas, a luta pelo armamento russo após a queda do Muro que se torna uma vantagem competitiva para quem lá chegar primeiro. Tudo isto se passa de forma vertiginosa, com um protagonista amoral e que se sente bem a negociar armas, porque sente ser isto o melhor que sabe fazer na Vida.
O realizador do filme, Adrew Niccol, cria um estilo agressivo e inovador, com destaque para o brilhante genérico que segue uma bala desde a sua criação até atingir a cabeça de uma criança, deixando desde logo vincado que a finalidade será sempre a morte.
Existirá castigo e justiça para uma pessoa que não se preocupa com mortes resultantes de armas e apenas lhe interessa o lucro que obteve das suas vendas? Talvez, a não ser que o dinheiro seja a resposta... no caso de Yuri é.
Se gostam de filmes que façam pensar e discutir o que se viu, arrisquem e aluguem/comprem este "Senhor da Guerra", não ficarão desiludidos e poderão ter uma bela surpresa tal como me aconteceu.
Carpe Diem.

POIS É MEU LINDO E MEU DOCE:TENHO MUITAS SAUDADES TUAS E DO TEU.....BEM TU DEVES SABER.

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