agosto 23, 2005

A Fuga dos Clones


A Ilha Posted by Picasa

Estreou a semana que passou um dos blockbusters americanos de Verão que reunia as maiores expectativas, tendo sido um rotundo fracasso de bilheteira nos EUA. O filme não é mau de todo, apesar do realizador ser Michael Bay (especialista em filmes com desastres a cada 2 segundos como Pearl Harbor e Armaggedon), tendo inclusivamente uns excelentes 15 minutos iniciais. O facto de ter sido um fracasso nos EUA, pode residir na história um pouco complexa (para parâmetros do americano médio) para a faixa etária (14/18 anos) que consome mais cinema neste país.
O filme retrata a história de Lincoln Six-Echo (Ewan MacGregor) e Jordan Two-Delta (Scarlett Johansson), residentes num Instituto científico, em meados do seculo XXI, sem qualquer contacto com o resto do Mundo, devido a uma contaminação geral do mesmo. O Instituto é um dos poucos locais livres, sendo o grande objectivo dos seus habitantes ganhar a lotaria e serem transportados para a "Ilha" que representa o ultimo reduto da Terra habitável.
No entanto, como veremos com o desenrolar da fita, nem tudo o que parece é. O filme tem um excelente ambiente nos primeiros 15/20 minutos, com uma atmosfera opressiva e estranha, sendo que tudo se transforma num Michael Bay puro, após a fuga dos dois protagonistas do Instituto. A temática do filme (clonagem para efeitos de seguro de pessoas ricas) é bastante interessante e coloca muitas questões, sendo que uma delas não fica respondida depois do final, o que acontecerá no Mundo com 2 pessoas iguais?
Este deve ser o filme com mais publicidade directa até hoje, como os sapatos dos residentes do Instituto (Puma), o sistema de páginas amarelas (MSN) e um dos momentos chave para a protagonista feminina quando vê a sua original num anúncio da Channel, protagonizado pela... Scarlett Johansson (genial!!!). Os efeitos especiais estão muito bons, apenas tenho a frisar que, nem sempre ver tudo a correr é o melhor num filme de acção, normalmente nestes casos percebe-se bem menos do que se pretende.
Em resumo, trata-se de um filme com uma história interessante e verossímel (ao contrario de certos momentos de Armaggedon, por exemplo) e dois protagonistas que, apesar de não ser stars de Hollywood, dão conta do recado, é sempre bom ver a beleza de Scarlett Johansson no ecran :)
Carpe Diem
PS: Vale a pena ver este filme apenas para assistir ao trailer do "King Kong" de Peter Jackson, pelo aspecto temos mais um filme de culto em potência!!!

agosto 15, 2005

Fantasmas do Sul dos EUA


A Chave Posted by Picasa

Os filmes baseados em histórias nipónicas continuam, desta feita trata-se de mais um original de Hideo Nakata (o criador da triologia "The Ring" e do segundo remake americano), com a história a ser tranferida para New Orleans e versando fantasmas e crenças hodu (uma variante do Vodu, com a particularidade de ter origem na magia e afectar apenas quem acredita).
A história começa com uma enfermeira de 25 anos de nome Caroline (Kate Hudson) que aceita trabalhar para um casal idoso que vive numa mansão isoladas nos pântanos de New Orleans. Caroline vai cuidar do marido (Jonh Hurt) de uma estranha mulher (Gena Rowlands) que, supostamente, sofreu um AVC e o deixou incapacitado. A protagonista desconfia de todo o ambiente e da forma estranha como o casal reage, sendo-lhe fornecida uma chave (que dá o tema ao filme, "The Skeleton Key") que dá acesso a todos os compartimentos da casa e um deles vai revelar um segredo intrigante.
O filme vale pelo seu ambiente, o o cenário da casa e o meio envolvente com todas as crenças existentes em New Orleans. Em termos de interpretações, Gena Rowlands tem um papel magnifico e é sempre excelente ver esta actriz fetiche de John Cassavetes e que teve o seu apogeu (em minha opinião) no filme "Gloria". A actriz principal do filme, Kate Hudson, tem uma interpretação simples (sem muita histeria, o que abona a seu favor neste tipo de filmes) mas que não emociona como acontecia no filme "Quase Famosos".
No fundo, trata-se de um filme com um excelente ambiente "noir", uma história com um volte-face final enquadrado no seu contexto, mas que no cômputo geral não adianta nada de novo ao género de filmes de terror ou thrillers psicológicos.
Carpe Diem

agosto 12, 2005

Um Sonho de Filme


Charlie e a Fabrica do Chocolate Posted by Picasa

O trailer do filme prometia uma dose de megalomania e de loucura para o reencontro da dupla Johnny Depp/Tim Burton, o resultado final é simplesmente o melhor filme deste Verão e, até ao momento, do ano num autêntico refrescar da ideia de cinema e da forma de sonhar.
O argumento do filme baseia-se no conto infantil americano do escritor Roald Dahl, sobre um excêntrico fabricante de chocolates (Willy Wonka), com uma fábrica ulta moderna que decide, através de um concurso (a inclusão de 5 bilhetes dourados em outras tantas tabletes espalhadas pelo Mundo), convidar 5 crianças a conhecerem a sua fabrica e os mistérios da criação do chocolate. As crianças vencedoras, apresentam-se bastante estereótipadas (o gordo viciado em chocolates, o miudo dependente de jogos de video e violencia, a miuda competitiva por exigencia da mãe e a betinha que tem tudo aquilo que deseja apenas porque é rica), sendo a rara excepção o Charlie do título, um míudo pobre que vive com a sua familia e cuja sorte o bafeja com o bilhete dourado, tornando a visita à fábrica o sonho de uma Vida.
O filme é pleno de magia e com cenários arrebatadores, dá vontade de retornar à infância e deixar-nos levar por aquele Mundo de imaginação, cor e loucura. Os momentos mais hilariantes estão a cabo de um conjunto de personagens provenientes de uma tribo descoberta por Willy Wonca, os Oompa Loompa (todos com o rosto do actor Deep Roy) que são, no fundo, os operários "sui generis" da fábrica. Através de mirabolantes momentos musicais (desde coreografias à Esther Williams até uma magnifica rábula ao 2001 com o monolito a ser substituido por uma barra de chocolate) e de pura magia, ficamos dependentes desta pequena pérola cinematográfica.
O actor Johnny Depp está, mais uma vez, excelente em filmes de Tim Burton, na pele de um adulto que não soube crescer (tendo por pai o sempre fabuloso Christopher Lee) e que se escuda na sua fábrica de maravilhas para dar asas à sua imaginação, mesmo que o produto final nem sempre seja algo prático. O que interessa neste filme é acima de tudo o papel do Sonho e da Familia, a ideia que, se sonharmos, podemos sempre alcançar os nossos sonhos e tudo na Vida é possivel.
Trata-se de um filme com um tom negro na sua quase totalidade, sendo que a ponta final resgata a humanidade do personagem e o conduz a uma mudança de ideia acerca do conceito de família.
No fundo, é um filme para todos aqueles que ainda gostam de sonhar e voltar ao olhar inocente do Mundo, como o Charlie (um fabuloso Freddie Highmore). Se querem divertir-se com algo diferente e delirante não percam este filme e aguardem expectativamente a nova bizarria desta dupla, o filme de animação em "stop motion" intitulado "Corpse Bride".
Carpe Diem

agosto 10, 2005

Terror Urbano


Aguas Passadas Posted by Picasa

Os remakes de filmes orientais continuam na ordem do dia nos EUA, desta feita trata-se de mais uma nova versão de um filme original de Hideo Nakata (criador do "The Ring" e do filme que estreará dia 11, "The Skeleton Key"), com um ambiente sombrio num thriller psicológico.
A história retrata a luta de uma mulher (Jennifer Connelly) pela custódia da sua filha, em pleno processo de divórcio, sendo que uma das suas necessidades reside na procura de uma casa onde possa educar a filha e que não seja distante de onde vive o ex-marido. Como devem estar a adivinhar, o prédio onde Dahlia e Ceci vão morar encontra-se assombrado por um espirito que as não vai deixar em paz.
Inicialmente o que chama a atenção no filme é todo o ambiente degradado e sujo do suburbio onde Dahlia vai viver (uma ilha anexa a Manhattan), por momentos, o filme toma um tom opressivo e crê-se que o terror advirá do prédio e de todos os seus habitantes. No entanto, o filme acaba por ser mais fraco do que o seu inicio permitia adivinhar, sendo previsivel no seu ambiente de terror e, apesar deste filme não ter nenhuma menina de cabelo para a frente (como no "The Ring" e no "The Grudge"), a personagem da criança mantém-se como fio condutor dos espiritos e existe algum paralelismo com o "The Ring", na forma da génese da criança-espirito.
A realização do filme é de Walter Salles, um realizador brasileiro que após o sucesso de "Central do Brasil" e "Os Diários de Che Guevara" se deixou contaminar pelos dólares de Hollywood, e trata-se de um trabalho rotineiro sem muitas ideias de cinema e é pena os primeiros 10 minutos de filme não serem a matriz principal deste. Nem tudo é rotineiro no filme e de entre todos, devo destacar Jenniffer Connelly que tem uma actuação estupenda sem gritos e plena de contenção e medo, que grande actriz ela se tornou e aconselho-vos vivamente a verem o filme "A Vida não é um Sonho", onde ela brilha ainda mais alto.
Se quiserem ver um filme de terror não assistam a este porque os sustos não são muitos e o filme vale mais pelo ambiente que cria do que pela originalidade do argumento.
Carpe Diem

A Sagrada Familia dos Comics


Quarteto Fantastico Posted by Picasa

A estratégia actual do cinema americano tem sido recorrer a remakes de filmes orientais ou a conversão de comics americanos de sucesso como já aconteceu com os X-Men, Homem Aranha, Batman, Demolidor/Elektra, Hellboy e outros. No presente filme foram recriados os membros da familia mais conhecida das BD´s, o "Quarteto Fantástico".
A familia é constituída por 4 elementos: Homem Elástico (Ioan Gruffudd), Mulher Invisivel (Jessica Alba), Tocha Humana (Chris Evans) e o Coisa (Michael Chiklis), bem como um arqui-inimigo chamado Victor Von Doom (Julian MacMahon). Para quem está ambientado com a BD que deu origem ao filme irá ficar fascinado com os efeitos especiais do Tocha Humana e do Coisa, mas os puristas insurgir-se-ão quanto à escolha da actriz para interpretar Sue Richards que no papel é loira e branca, aparecendo no filme com as feições latinas de Jessica Alba.
O filme tem uma enorme vantagem comparativamente a outros do género, o humor e a forma como as situações se desenrolam com emoção e muita piada. Tal como na BD, o par Tocha Humana e Coisa estão constantemente em picardias por causa da exuberância/narcisismo do primeiro e o "low profile" (apesar da ideia ser contraditória) do segundo.
Os efeitos especiais estão bem conseguidos, nomeadamente na sequência final, onde a familia de super herois defronta o Dr. Destino, mas claro que não o mata de vez ficando assim em aberto as sequelas subsequentes. Agora resta aguardar que numa das sequelas surjam 2 das personagens mais emblemáticas da BD, Galactus o devorador de Mundos e o seu arauto Surfista Prateado com as suas divagações filosóficas.
Se esperam um filme de aventuras neste Verão quente, aproveitem este filme e divirtam-se sem complexos e com alguma emoção.
Carpe Diem.